Para os israelitas, o ano do jubileu era um tempo de alegria, o ano da remissão e do perdão. “Santificarás o quinquagésimo ano, e anunciarás a remissão a todos os moradores da tua terra: porque é o ano do jubileu” (Lv 25,10). A Antiga Lei prescrevia que nessa época o escravo retornaria livre à sua família, a propriedade alienada retornaria ao proprietário e as dívidas seriam perdoadas.

Baseando-se na antiga tradição de Israel, em 1300, o papa Bonifácio VIII instituiu o primeiro Jubileu cristão da história, durante o qual os fiéis que visitassem Roma e a basílica de São Pedro, cumprindo certas condições, poderiam receber “o mais pleno perdão de todos os seus pecados” (Bula Antiquorum habet fida relatio, de 22 de fevereiro de 1300). No início os jubileus seriam celebrados a cada 100 anos, mas, desde o papa Paulo II, são celebrados a cada 25 anos.

Em 9 de maio de 2024, o papa Francisco, por meio da bula Spes non confundit, proclamou o Jubileu Ordinário do ano 2025. A esperança é a mensagem central deste Jubileu, “em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo” (Bula Spes non confundit, n. 6).

O jubileu de 2025 terá início em 24 de dezembro de 2024, quando o Papa Francisco abrirá a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em 29 de dezembro de 2024, domingo, em todas as catedrais, os Bispos diocesanos celebrarão a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar (cf. Bula Spes non confundit, n. 6).

Como em todos os anos jubilares, o ano de 2025 também será um ano de graça e os fiéis também poderão lucrar muitas indulgências, algo que nos faz “descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus” (Bula Spes non confundit, n. 23). Vale lembrar que, segundo as normas sobre a concessão de indulgências durante o Jubileu, em 2025 permanecem em vigor todas as outras concessões de indulgência. Além disso, cumprindo as devidas condições, “todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, excluindo qualquer apego ao pecado e movidos por um espírito de caridade, poderão obter do tesouro da Igreja pleníssima Indulgência, remissão e perdão dos seus pecados”.

“O pecado, como sabemos por experiência pessoal, ‘deixa a sua marca’, traz consigo consequências: não só exteriores, como consequências do mal cometido, mas também interiores” (Bula Spes non confundit, n. 23). Segundo o Catecismo da Igreja Católica (n. 1472-1473), o pecado tem uma dupla consequência. O pecado mortal priva-nos da comunhão com Deus e torna-nos incapazes da vida eterna. Esta privação chama-se “pena eterna” do pecado. Acontece, porém, que todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, ou nesta vida ou depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta daquilo que se chama “pena temporal” do pecado. O perdão do pecado e o restabelecimento da comunhão com Deus trazem consigo a abolição das penas eternas do pecado. Mas subsistem as penas temporais. Ou seja, o fiel, depois de receber o perdão de Deus na Confissão, livra-se do inferno, mas geralmente não se livra do Purgatório, uma vez que as penas temporais do pecado continuam existindo. Estas penas temporais, contudo, podem ser remidas (perdoadas) ainda nesta vida através da aceitação paciente dos sofrimentos, das obras de caridade, da oração e das indulgências. Mas, por meio das indulgências, o pecador contrito pode ser purificado mais depressa e mais eficazmente das penas do pecado. Mediante a recepção de uma indulgência plenária, o fiel é liberto de todas as penas temporais devidas pelos pecados que cometeu ao longo da vida.

Em resumo, para que seja capaz de lucrar indulgência plenária: 1º. a pessoa deve ser batizada, não estar excomungada e encontrar-se em estado de graça. 2º. o fiel deve também ter intenção de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas. 3º. é preciso ter repulsa e desapegar-se de todo o afeto a qualquer pecado, mesmo venial; 4º. o fiel deve também cumprir as três condições seguintes:

• confessar-se de seus pecados;
• comungar a Santíssima Eucaristia;
• rezar um Pai nosso e uma Ave Maria nas intenções do Papa.

Ninguém pode lucrar indulgências a favor de outras pessoas vivas, mas qualquer fiel pode lucrar indulgências parciais ou plenárias para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio. A razão disso é que, uma vez que os fiéis defuntos, em vias de purificação, também são membros da comunhão dos santos, nós podemos ajudá-los, entre outros modos, obtendo para eles indulgências, de modo que sejam libertos das penas temporais devidas pelos seus pecados (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1479).

Para lucrar indulgências durante o ano jubilar de 2025, os fiéis poderão escolher entre:

1. fazer uma piedosa peregrinação;
2. visitar piedosamente os lugares sagrados; ou
3. cumprir certas obras de misericórdia ou de penitência.

Os fiéis poderão conseguir indulgências visitando ou fazendo piedosas peregrinações até os seguintes lugares:

• Catedral São Sebastião, em Presidente Prudente;
• Santuário Diocesano Santo Expedito, em Santo Expedito;
• Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, em Presidente Prudente;
• Santuário Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, em Presidente Prudente;
• Paróquia São João Batista, em Pirapozinho;
• Paróquia Santo Anastácio, em Santo Anastácio;
• Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Teodoro Sampaio.

Uma peregrinação é uma viagem feita a algum lugar para venerá-lo ou para pedir alguma ajuda sobrenatural. Para lucrar indulgência plenária nessa ocasião, o fiel deve:

1. confessar-se de seus pecados com antecedência;
2. fazer uma peregrinação até um dos lugares citados acima;
3. comungar com devoção;
4. rezar um Pai nosso e uma Ave Maria nas intenções do Papa.

Para lucrar indulgência plenária numa visita aos lugares sagrados, o fiel deve:

1. confessar-se de seus pecados com antecedência;
2. visitar devotamente um dos lugares citados acima e dentro dessas igrejas:
   • ficar algum tempo em adoração e em meditação; e
   • concluir a oração com um Creio, um Pai nosso e uma Ave Maria;
3. comungar com devoção;
4. rezar um Pai nosso e uma Ave Maria nas intenções do Papa.

Em resumo, para lucrar indulgência plenária através das obras de misericórdia e de penitência, o fiel deve:

1. confessar-se de seus pecados com antecedência;
2. Fazer, por exemplo, alguma das seguintes obras de misericórdia ou de penitência:
   • participar de algum encontro de formação sobre os textos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica;
   • deslocar-se para visitar durante algum tempo pessoas que se encontram em necessidade ou dificuldade, como doentes, idosos, pessoas com deficiência etc.;
   • dar, como esmola, algum dinheiro aos pobres;
   • abster-se de carne nas sextas-feiras;
   • jejuar nas sextas-feiras;
   • deixar de usar na sexta-feira, por penitência, o celular, a televisão e as redes sociais.
3. comungar com devoção;
4. rezar um Pai nosso e uma Ave Maria nas intenções do Papa.